domingo, 9 de dezembro de 2007

Do psicótigo ao gótico

Ainda lembro daquela tarde de um dia de semana, numa praça secular com busto e arbustos em volta, como companhia Pessoa e pessoas, começamos a analisar (que pretensão) o psicótico, o bipolar, o desequilíbrio humano, como os opostos dispostos são atraídos... um pelo outro e outro pelo terceiro. Na contradição da relação a trois, ela sea desfaz. E seu legado fere, magoa, ensina, desilude e desapega.

E isso não tem o menor sentido pra quem acompanha como expectador.
O limiar do desequilíbrio de um, prejudica dois, e faz refletir três... resultando numa progressão aritimética.
...
o sagrado naquele momento estava à nossa frente, i
nspiração para falar do profano...
do gótico e do labirinto que tem que se percorrer e se perder para encontrar um sentido do que quer que seja...
do aprendizado com a infância reprimida, da adolescencia reclusa e não compreendida e a repressão de ser o "eu mesmo" sem medo do algoz tutor, referência primeira.

As palavras aqui escritas podem não fazer o menor sentido pra você, leitor.
mas as maiores inquietações humanas são tão particulares que só quem as tem pode entender
e a razão que nos leva a determinadas atitudes, que são totalmente descabidas pra alguns...
mas são claras e aceitáveis no universo da mente de quem as tomou.

Um comentário:

Suhelen disse...

nessas horas as pessoas podem não compreender... mas o sagrado e o profano caminham lado a lado, como os vícios e as virtudes, a razão e a emoção, o dia e a noite.
o gótico e o psicótico...
ou como um adulto que no auge de sua sabedoria vive momentos pueris...
faz bastante sentido!!! claro!!!


^^

poema à minha infância


Onde ficou a minha boneca de cabelos longos e loiros ? E a estrela cintilante que encantava os meus olhos nas noites de estio e que se retratava na lagoa que enfeitava a frente da minha casa ?
Onde ficou o desejo que acalentei com avidez de possuir a bicicleta azul exposta na vitrine daquela loja de brinquedos ?
E onde os dias felizes e descuidados que fizeram a ventura dos meus dias de criança ?
A minha infância que eu perdi quando me disseram que eu já não era menina, que eu não podia brincar de ciranda, nem correr de pés descalços pelas ruas cheias de sonhos e de sol ...
A minha infância que eu perdi no alvoroço de querer ser gente grande, que eu perdi atraida pela miragem do desconhecido...
Por que não me deixaram ficar com aquela boneca em meus braços, com o encanto da estrela em meus olhos, com o desejo de possuir aquela bicicleta azul ?
Por que me acordaram do sonho bom da minha infância e me deram de presente um coração adulto ?
Por que não me deixaram permanecer, indefinidamente, com as minhas cantigas de ciranda, com a alegria de correr com os pés descalços pelas ruas cheias de sonho e de sol ?

Isolda Pedrosa