segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Da obrigação de produzir




Quanto mais obrigada , menos motivada.
Não tem agonia maior, no momento, pra mim do que as típicas e estafantes perguntas: já escreveu? tá escrevendo? Qual o tema? e aí, vai defender quando?
Sutis cobranças... alguns comentários completamente dispensáveis...
Ajudam mais os que nem lembram!
Sumir seria uma boa opção agora!


quinta-feira, 17 de abril de 2008

E as outras agonias...


(breve desabafo)


As últimas semanas do povo brasileiro tem sido acompanhar o caso do assassinato na menina Isabella, seja pela televisão, seja discutindo nas filas (são tantas), com os vizinhos etc. O país literalmente "parou" pra acompanhar o caso. Aguarda com ansiedade a prisão e a condenação do ou dos culpados.
Porque o caso prende tanto a atenção das pessoas muito já se falou. Por ser um caso que envolve família, violência extrema contra criança e também por ainda ser um enigma o motivo que levou alguém a assinar uma criança de 5 anos de idade.

Seria esse um caso isolado?

Vejamos!
Quantas outras crianças passam por situações de violência no Brasil? Quantas crianças são violentadas, exploradas, abusadas sexualmente? Quantas sobrevivem em condições adversas?
Crimes como esses acontecem todos os dias e o Brasil infelizmente ainda não parou pra analisar as mais diversas situações que matam a cada dia a vontade de viver de milhares de crianças.
A fome, a miséria, a pobreza, a desestruturação familiar, a deficiência de políticas públicas direcionadas a esse segmento populacional não são olhados com a devida importância pelos brasileiros.
São crimes contra a pessoa humana, contra o direito de viver e crescer com dignidade.

As crianças que ainda vivem (ou sobrevivem) também clamam por justiça e pela garantia do direito de viver a sua infância dignamente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A magia do Teatro


Todas as explicações esvaem-se ante a rara e singular beleza da arte...

poema à minha infância


Onde ficou a minha boneca de cabelos longos e loiros ? E a estrela cintilante que encantava os meus olhos nas noites de estio e que se retratava na lagoa que enfeitava a frente da minha casa ?
Onde ficou o desejo que acalentei com avidez de possuir a bicicleta azul exposta na vitrine daquela loja de brinquedos ?
E onde os dias felizes e descuidados que fizeram a ventura dos meus dias de criança ?
A minha infância que eu perdi quando me disseram que eu já não era menina, que eu não podia brincar de ciranda, nem correr de pés descalços pelas ruas cheias de sonhos e de sol ...
A minha infância que eu perdi no alvoroço de querer ser gente grande, que eu perdi atraida pela miragem do desconhecido...
Por que não me deixaram ficar com aquela boneca em meus braços, com o encanto da estrela em meus olhos, com o desejo de possuir aquela bicicleta azul ?
Por que me acordaram do sonho bom da minha infância e me deram de presente um coração adulto ?
Por que não me deixaram permanecer, indefinidamente, com as minhas cantigas de ciranda, com a alegria de correr com os pés descalços pelas ruas cheias de sonho e de sol ?

Isolda Pedrosa